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terça-feira, 18 de setembro de 2012





Teu olhar 
no breu da noite:
farol de meus desejos




Sou brisa
sou vento
sou furacão

  em teu ventre
sou
redomão

Poente
é como se a tristeza
fizesse da gente
morada

havendo
em volta
somente um silêncio
latente

deixando o corpo
inerte
e uma saudade
danada


do que poderia

ter sido
e nunca será.




Volitar

Sorver
das estrelas
a sapiência cósmica

gravar
na memória
os segredos ocultos

verter
nos sentidos
a transgressão do "real"

captar
de deus o amor
e voar


                                                                                                  Dantes







 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

cigano


aos que me julgam
aos que me ferem
aos que me buscam
aos que me pedem
aos que me desejam
aos que me impedem
aos que me machucam
aos que me embrutecem

que saibam:


 amargura é deserto
 amor é oásis
na alma.

 Juízo

tênue linha
 apartando
inferno e paraíso
                                             Dantes 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

psyche


Aprisionada
 em seu 
casulo

a lagarta
mira o futuro
 prevendo
 seu renascer
Alada 
borboleta
alarga
suas asas
 sobre o planeta
polenizando
 a mãe terra
num perpétuo 
reflorescer.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

sexta-feira, 13 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Palmos

Em
cada palmo
de chão que cruzo,
delego em cada pegada
um salmo aos homens que
me sucederão e serão o futuro.

Que
cada pegada,
estrada, caminho, atalho, vereda
marque
 que eu estive ali
e que
aspirei um tempo
 melhor.
 
Dantes

Noite estrelada

Noite 
estrelada,
estendida sobre mim
a solidão da madrugada.

Percorro ao acaso
o vasto tapete celeste,
de quando em quando,
imantado pelo luzir de algum astro.
Em silêncio, comungo com deuses, me irmano ao cosmos.
 
Dantes

Juntar as palavras...
rejuntar os sentidos...
Eis um poema nascido!
Dantes



Observo pela janela
revoada de pássaros...
Anuncio de primavera!
 Dantes

  

Meio da noite
pirilampos
iluminam os campos

Dantes




Vestido de alças !
-sucumbo ao desejo-
Dispo as calças !

Dantes












 
 
 
 
 
 
Hai kai velho
tem o tempero
de um sábio conselho
Dantes
 Cálida mulher
- nem quando quer-
fica pálida.

 
Dantes
   
 
 
Bom cidadão
ferido, acuado...
É turbilhão!
 
Dantes
 
 
 
 
 
No olhar vago
de um velho gaúcho
ilumina-se o pago 
 
Dantes
 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Tétrico

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Céu gris.
Pingos de chuva
escorrem pela janela...
Mentar na vida,
algumas vezes eleva,
outras conduzem a queda...

Meus olhos são chafariz!
 
Dantes

Poesia

Poe
na folha
em branco,
toda loucura,
desejo, sonhos,
que tua alma acalenta.


Rabisca,
arrisca, expõe,
doa teu sentimento,
balda a dor, o desencanto,
em amor. Isso é poesia!


Dantes

Janela

A flor
a moça
o rubor
o amor.
O negar
o beijar
a entrega.
O abandono
o desamor
a donzela
a solidão
à janela
a espera.
A vida
que era,
e já se foi.

Dantes

Incorpóreo

Sou feito
de silêncios
e verbos

constituído
de substancia
incorpórea

sou alma
urdida a
carne

limitado
a este corpo
neste momento

Depois
serei mais leve
que o vento

virei a terra
e tocarei
teu rosto

e voltarei
ao firmamento


Dantes
Solidão!
Sob o crepúsculo
uma lágrima caí...

Dantes

Reflexão

A vida é um grande e inelegível livro, o tempo é um sábio senhor de barbas brancas, corruptor da memória e burlador de sonhos. Ao transcorrer dos anos, fundimos a realidade a fábula, e já não discernimos o sonho da realidade.

A uma certa altura de nossa existência, não mais temos o controle do real, e tal qual uma criança, somos conduzidos pelas mãos de Morfeu a seu mundo, e vivificamos no devaneio, a nossa melhor personificação como o ser que deveríamos de ter sido, ao invés do que fomos. Baldamos a rudeza do real, em prol da brandura advinda do esquecimento, e buscamos um refugio seguro na fantasia. Tentando assim esquecer, os danos que nós causaram e que causamos, em nossa jornada.

Os sonhos são bons, doces, algumas vezes inebriantes. No entanto encobrem, maculam a realidade, e pulverizam o tátil, deixando apenas uma falsa nuvem de paz pairando sobre um abismo sem fim. A realidade, por mais penosa que seja, é o único elo que nós mantém conectados a vida, é o ultimo refugio aonde encontramos nossos afetos, a ultima resistência contra o desamor, o último bastião contra a indiferença, e o caminho final que nós conduzira ao perdão e a auto-aceitação.

Dantes

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pegada


Cada
homem
sabe
dentro
de si
o tamanho
da sua
dor.

Cada
um
traça
sua
rota
seu
destino.

Cada
passo
que dá
é medido
mesmo
que não
meça.

Cada
pegada
é digital
postergada
a seus
descendentes.
 Dantes

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cotidiano

Amanheço
com a boca seca
cabelos em pé
pontadas no peito
ausência de fé
Deixo
a cama 
acendo o cigarro
passo café
da janela vislumbro
o mundo 
(meu pequeno universo ali contido ) 
automóveis acelerados
vão e vem 
pessoas de passos apresados
correndo para todos os lados
(para que, por que, tanta pressa?)
Bebo o café
como meu pão com manteiga
acendo outro cigarro
tomo meu banho
penteio o cabelo
visto minha roupa
 com olhar feroz
lanço-me a rua


açodado
                            
                               Dantes


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Senão


Em 
tudo que vejo
em 
tudo que sinto
em 
tudo que penso
em
tudo que toco
em
todos que amo

há sempre um


senão