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sábado, 8 de janeiro de 2011

Porta-malas

Vivemos um era da total brutalização do homem e do que é a humanidade. Conceitos e fundamentos que já foram muito caros as gerações anteriores, estão sendo mastigados e escarrados na nossa cara a todo momento. Ser o que se é, nada representa diante do ter, da ostentação, e da aparência,  que a vida moderna cobra de todos.

Quando uma psicóloga que estava desaparecida há três dias, é encontrada dentro de um porta-malas de um carro , ao invés de tentar compreender o porquê dela ter surtado, de ter chegado a esse extremo, o que ouço, leio, e vejo, são piadinhas despidas de todo e qualquer sentido. O mesmo se deu quando um grupo de brutamontes tocou fogo num Índio em Brasilia. Ou quando gays são espancados simplesmente por serem gays. Ninguém liga para a dor, ou a perda do outro. É cada um por si, e pelos seus, quando muito.

Nunca antes viveu-se tão rodeado de gente, e nunca foi tão solitário. Adestrados pelo sistema, assistimos a vida passar veloz como um videoclipe, sem reflexão alguma, sem sentido algum. Máquinas e não homens, é o que somos. Educamos nossos filhos para serem os "number ones" os fodões, e não cidadãos capazes de ver no próximo uma extensão de si mesmo. Precisamos dar um choque de cidadania, de igualdade, de civilidade, em nós e nas novas gerações., Para que ao fim da vida, não tenha sido tudo um enorme e estúpido vazio. 
Dantes