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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Reflexão

A vida é um grande e inelegível livro, o tempo é um sábio senhor de barbas brancas, corruptor da memória e burlador de sonhos. Ao transcorrer dos anos, fundimos a realidade a fábula, e já não discernimos o sonho da realidade.

A uma certa altura de nossa existência, não mais temos o controle do real, e tal qual uma criança, somos conduzidos pelas mãos de Morfeu a seu mundo, e vivificamos no devaneio, a nossa melhor personificação como o ser que deveríamos de ter sido, ao invés do que fomos. Baldamos a rudeza do real, em prol da brandura advinda do esquecimento, e buscamos um refugio seguro na fantasia. Tentando assim esquecer, os danos que nós causaram e que causamos, em nossa jornada.

Os sonhos são bons, doces, algumas vezes inebriantes. No entanto encobrem, maculam a realidade, e pulverizam o tátil, deixando apenas uma falsa nuvem de paz pairando sobre um abismo sem fim. A realidade, por mais penosa que seja, é o único elo que nós mantém conectados a vida, é o ultimo refugio aonde encontramos nossos afetos, a ultima resistência contra o desamor, o último bastião contra a indiferença, e o caminho final que nós conduzira ao perdão e a auto-aceitação.

Dantes

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